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 Herditariedade e Anomalias Congênitas em Aves

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Raquel
Fazendo Ninho
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Raquel


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MensagemAssunto: Herditariedade e Anomalias Congênitas em Aves   Herditariedade e Anomalias Congênitas em Aves Icon_minitimeSeg 09 maio 2011, 7:20 pm

HEREDITARIEDADE E ANOMALIAS CONGÊNITAS EM AVES


Na natureza podemos ter vários fatores geradores de anomalias hereditárias e congênitas. Em todas as criações em cativeiro tais fatores também podem influir igual ou em maior intensidade.

Estes fatores agem ao longo de muito tempo afetando as espécies. Podemos ter influência a partir da escassez de alimentos de uma região, alterações climática que tem ocorrido ao longo destes anos, redução das áreas de reprodução, com superpopulação de um nicho ecológico, etc.

Algumas doenças que acometem as aves geram indivíduos portadores sãos, ou seja, tiveram a doença, se curaram, mas transmitem para outros adultos ou para a prole. Esta contaminação pode ser feita já mesmo através das gemas e do esperma contaminados, provocando anomalias congênitas na evolução do embrião. Algumas doenças que tem este comportamento são: Salmonellose, colibacilose, Mycoplasmose, Toxoplasmose, Bouba ou varíola aviária, Doença de Marek, Leucose linfóide, etc.

Algumas patologias tem sintomas semelhantes às doenças hereditárias e as congênitas, por tanto devemos ter cuidado no diagnóstico preciso, quando este for possível.
Seria muito interessante os criadores comunicarem defeitos congênitos ou hereditários em informativos. Fica aqui uma sugestão para ampliarmos o conhecimento ornitológico de todos, e podermos entender mais como ocorre tais anomalias.

Hereditariedade é o estudo dos aspectos dos seres vivos que são determinados por elementos oriundos dos pais, ou seja, os gens. Doenças hereditárias são aquelas que vem sendo transmitidas de pais para filhotes, com o passar dos tempos.

Congênito é o que aparece com o indivíduo, é inato, ou melhor, de nascença. Doença congênita por sua vez, não é transmissível através de gens, mas o podem ser por outras vias. Afeta apenas aquela ou aquelas aves nascidas na mesma ninhada. São doenças do nascimento. Estão inclusas as doenças infecciosas (transmitidas através do útero ou esperma), as nutricionais, bem como, as anormalidades de crescimento. O termo doença congênita engloba também doenças que se desenvolvem no embrião durante a evolução do embrião.

Infecções e deficiências nutricionais dos pais geram uma alteração na fisiologia e nos orgãos dos embriões, causando as anomalias congênitas. Problemas do ambiente, como calor, frio falta de umidade, ou mesmo o excesso de umidade, causam problemas de desenvolvimento do embrião podendo levá-lo até a morte. Podemos incluir também, problemas nutricionais dos pais, ninhos de forma e material inadequados, etc. Normalmente após o nascimento, estas doenças são de difícil solução ou mesmo impossíveis, diminuindo o período de vida do filhote, ou mesmo causando morte precoces.

Algumas doenças afetam os gens diretamente, como é o caso dos vírus da Leucose linfóide (retrovírus) e da Marek (herpesvírus). Ambos os vírus introduzem parte do seu cromossomo no cromossomo da ave, passando a transmitir para as células destas aves a capacidade de replicação do vírus ainda embriões.

As doenças hereditárias mais comuns são tumores em periquitos australianos, obesidade e muda francesa; mas não são causadas apenas por hereditariedade. Gens letais podem ocorrer em linhagens de canários, impedindo que sobrevivam até o nascimento. Outra patologia é a acondroplasia ou esqueleto atrofiado dos pombos domésticos.

Doenças hereditárias e congênitas podem muitas vezes levar há um desenvolvimento anormal, que impede a eclosão do ovo, ou leva à formação de monstruosidades, que podem sobreviver ou não após a eclosão do ovo.

Iremos citar algumas patologias específicas de característica hereditária ou congênita de diferentes orgãos e patologias que podem nos levar ao diagnóstico errôneo destas doenças:

1. BICO : Desenvolvimento anormal quanto à angulação externa ou interna na apreensão, bicos anormalmente longos, mandíbulas de formação anormal ou fendida; ou ausência de partes do bico. A sarna da pata causa uma hiperqueratose na pele, que tem aspecto de pseudodedos, já a sarna do bico causa uma hiperqueratose, além de deformidade no crescimento do bico, por agir na camada germinativa deste e por induzir à uma fragilidade deste anexo da pele.

2. OLHOS : Catarata possivelmente é de natureza hereditária, ocorrendo com freqüência nos passeriformes. Porém pode ser causada por diabete, problemas nutricionais etc. Ausência de formação dos olhos só foi descrita em periquito australiano e pombos, porém em nosso tempo de clínica tive oportunidade de acompanhar um canário desta forma, com desenvolvimento geral normal, inclusive cantava bem. Pode ocorrer uma microftalmia, podendo também estar relacionada à deficiência de vitamina A no ovo.

3. PATAS E PERNAS : Sindactilismo (dedos unidos); polidactilismo (excessivo número de dedos) podem ser observados. Pernas extras também são encontradas. Essas patologias podem estar relacionadas com aparecimento também de outras já descritas acima, principalmente no bico. Ninhos inadequados podem levar há uma deformidade das articulações e dos ossos das pernas e patas. Deficiências nutricionais como deficiência de biotina, ácido pantotênico, vitamina B2 (riboflavina), vitamina D, B1(tiamina) etc., podem causar deformidades ósseas, ou de articulações ou ligamentos. Temos também as artrites virais.

4. BACIA E PELVE : deformidades na bacia e nas pernas são vistas em periquitos australianos deixando as pernas na horizontal na evolução das 6 a 12 semanas de vida.

5. ASAS : A ausência de asas é rara. Pode ocorrer a asas pequenas, ou anquilosadas (deformação articular), ou com as juntas aderidas, ou com mais de duas asas. Artrites bacterianas ou por Mycoplasmose podem chegar a deformar as asas e as pernas.

6. OUTRAS PARTES DO ESQUELETO : Defeitos da espinha, podem ser congênitas ou por traumatismo, ou mesmo nutricional. Deformidade do esterno também, mas o fator nutricional mais comum é o raquitismo ou o hiperparatiroidismo secundário nutricional. Pode ocorrer o não fechamento da sínfise esternal, deixando o peito da ave aberto, levando à óbito.

7. PLUMAGEM : Pode ocorrer muitas anormalidades de plumagem em galinhas e pombos. Podemos ter as aves completamente nuas, ou áreas que não deveriam ter ausência das penas.

8. SISTEMA NERVOSO CENTRAL: Este sistema é raramente afetado, mas quando observamos alterações poderemos ter um a ave com convulsões, incoordenação motora, etc., sintomas estes relacionados com hipotrofia de cérebro ou cerebelo, sendo este último o mais afetado. Pombos tem um caracter genético recessivo para involução cerebral, mas também são susceptíveis à Toxoplasmose e lanckesterela, que atingem sistema nervoso. Deficiência de vitamina E ou excesso de gordura na alimentação geram sintomas relacionados com degeneração cerebelar. Vitaminas como B1 (tiamina) podem gerar sintomas neurológicos na avitaminoses ou nas hipervitaminoses.

9. SISTEMA REPRODUTOR : Defeitos como gema dupla ou uma divisão incompleta da gema pode surgir, principalmente em aves fêmeas velhas, ainda em reprodução, gerando embriões que ao virem à termo são verdadeiras monstruosidades, que muitas vezes não sobrevivem. É raro termos orgãos reprodutores duplos. As fêmeas de aves mantém apenas o ovário esquerdo em evolução e em funcionamento.

O controle genético, o histórico reprodutivo, a renovação de casais, o controle epidemiológico, desfavorecem o surgimento destas anomalias.
Deveríamos ter em mente que as aves não são nossa propriedade, são de todos. Podemos ser mais maleáveis no que diz respeito à formação de casais mais compatíveis, fazendo trocas entre criadores, para a busca da formação de um casal de aves compatível geneticamente e emocionalmente. Também é importante salientar que algumas espécies escolhem seus companheiros de forma definitiva, e muitas vezes os separamos simplesmente por nosso prazer.

Ou pelo contrário, aves que não se suportam são mantidas juntas para reprodução, com insucesso total para o casal. Todos estes pontos devem ser refletidos sempre que temos uma ave em nossos cuidados. É nossa responsabilidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

BENEZ, ESTELA MARIS. Aves – Criação – Clínica – Teoria – Prática Robe Editorial – 3.a Edição 2001.

Artigo retirado do Site:http://www.criatoriobigoriginal.com.br/pagina.asp?id=18 (É dedicado a criação de bicudos).
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